WILLIAM BLAKE

sábado, 15 de dezembro de 2012

2 - SEXO E MISTICISMO




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 Bouguereau



O coito não será mais do que uma fricção acompanhada de espasmo (Marco Aurélio)?
Uma espécie de jogo, de mera diversão de feira popular, onde a libido desempenha um papel primordial? Uma busca incessante de pequenos prazeres em curtos instantes? Uma vulgar caçada com o acúmulo de troféus? A auto-afirmação do detentor de múltiplos recalcamentos e de complexos de inferioridade? Um prazer volátil sem significado para além desse instante? Uma manifestação de domínio e de ilusório poder?

Ou uma relação sem reservas em que a personalidade dos amantes se confunde numa nova personalidade colectiva (Russell)?

Podemos continuar a relegar a mulher para um plano secundário, tal objecto de prazer, cada vez mais de costas voltadas ao acto de amar?


A sexualidade saudável não será um dos pressupostos para uma existência equilibrada?


Há algumas gerações atrás, às mulheres, no plano sexual era ensinado que se haviam de comportar em conformidade com o conceito então vigente de pureza. O homem, por seu turno, olhava-as como um mero objecto de satisfação dos seus desejos, displicentemente despreocupado com as suas mais básicas necessidades.



Este tipo de comportamentos conduzia-as nalguns casos ao recalcamento voluntário do prazer e noutros ao seu afastamento involuntário, ou se assim se quiser, inconsciente.


Hoje o panorama modificou-se substancialmente. Não queremos com isto dizer, que a época seja de destruição do sentido moral, mas antes da aniquilação de uma moral tendencialmente supersticiosa e danosa que nos foi inculcada na infância e agora substituída por imperativos pessoais anárquicos.
Aquela educação insensível a que se juntam múltiplos factores perniciosos da civilização, gerou uma frigidez generalizada e uma impotência de largo espectro, bastas vezes compensada pela promiscuidade – inibimo-nos de exemplificar o que tão sucintamente expusemos.



Falamos constantemente de amor. É uma das palavras mais utilizadas no quotidiano, mas cujo mais profundo sentido corre paralelamente às nossas vidas.
O amor deve florescer sem a exigência de contrapartida. O Amor não é um contrato de cláusulas essencialmente psicológicas. O acto sexual do modo como o demarcámos não é em regra amor. E não o é, enquanto fruto do desejo-cego, que é continuidade, pensamento. O sexo é sensibilidade a tocar os poros da mais intensa volúpia, o mais puro de todos os prazeres. Pensar nele é lascívia, erotismo restrito à deleitação da carne. Praticá-lo de forma espontânea, intensamente, com paixão, no esquecimento de si como individualidade e na plenitude do infinito e da eternidade de um cérebro silencioso é Amor, que a cada novo passo se aproxima da explosão mística.

Mas não sendo um contrato de cláusulas psicológicas, muito menos será um acordo de prestação de serviços físicos, já que em sede de prostituição não se pode falar verdadeiramente em compra e venda. 

Não há corpo para comprar como acontecia com a escravatura, o que existe é a prestação de um serviço por um corpo a um outro corpo.


Por natureza própria, a mulher tem um acesso facilitado aos orgasmos múltiplos, sucessivos ou não,  e a orgasmos prolongados – não de alguns segundos, mas de minutos quanto bastem. E isto, porque a resposta sexual feminina contrariamente ao que acontece no homem – que pode ser corrigido como veremos –, carece de período refractário. 

Tem também a possibilidade facilitada de condensar a explosão sensorial numa específica localização do seu corpo. É bem possível que o consiga sozinha, mas tal consumação só atinge os níveis superiores de êxtase com a colaboração de um companheiro sensível, que com o tempo saberá ultrapassar a fase de resolução e o período refractário, na prossecução conjugada da explosão do pleno prazer em rosto de subtil ascensão ao cume.


O homem deve começar precisamente por aí: desenvolvendo constantemente a sua sensibilidade, consciencializando-se que uma participação activa no prazer da companheira poderá despertar em si um prazer reflexo de similar qualidade e intensidade. Prazer este, que com o tempo se irá transformar num único êxtase, proporcionando-lhe uma ejaculação mental.
            Deve entender e encarar o acto sexual como uma nobre actividade de longa duração, procurando controlar a sua erecção e emissão seminal.
-        Assim, numa mesma noite, em conformidade com as circunstâncias, penetrará a companheira dezenas de vezes. Umas mais prolongadamente, outras menos, mas sem que atinja o orgasmo. Ou seja, sempre que a excitação faça prever o aparecimento da emissão de sémen, interromperá o coito, controlando-se sem que contudo cesse as carícias necessárias ao estabelecimento de uma cadeia intensamente suave de deleite, perpetuada no tempo que parece cessar, vencido pelo êxtase-sem-pensamento.
-             Não se deverá preocupar com as inúmeras perdas de erecção. Não se apoquentando nem estando ansioso por antecipação, dando continuidade ao ritual que mais se adequar a si mesmo e à sua companheira de eleição, seja por efeito do toque,  seja por intermédio da sugestão da voz ou do próprio olhar, a erecção retornará com naturalidade. Com a prática pode fazê-lo sempre que queira, guardando a emissão de líquido seminal para um qualquer momento dessa noite ou do dia ou dias seguintes. Prolongando-se o gozo de amor por muitas horas é aconselhável de quando em vez fazer breves pausas, nomeadamente para beber um café, fumar um cigarro (que belo conselho este, dirão...) ou tomar um banho, que aliviará a pele das possíveis ejaculações femininas, fazendo com que a mulher se sinta mais confortável.
-             Acto a acto afundar-se-á no gozo da sua companheira e na compreensão da essência do sexo. Orgasmos múltiplos e êxtases consecutivos ser-lhe-ão comunicados e com eles a sublime sensibilidade do verdadeiro acto de amor.
            Por outro lado, após constantes interrupções e na sequência das muitas penetrações, atingirá um clímax indescritível. Mesmo que o queiramos fazer, inexistem palavras susceptíveis de descrever o misticismo sexual. Terá de ser cada um por si e em si, que o irá divisar no espontâneo desenvolvimento relacional.
-             O toque suave entre penetrações, as carícias, a voz encaminhando os orgasmos para zonas específicas, tocadas energeticamente pelas mãos, a contemplação dos êxtases da amada, constituem-se como o caminho mais seguro para a união das Almas.



A  Aí, uma frase melodiosamente sussurrada ao ouvido, uma mão a outra mão dada ou amorosamente colocada sobre uma qualquer parte do corpo, o simples envolvimento dos dedos, o hálito à superfície da pele, são instrumentos eficazes e idóneos ao nascimento de um orgasmo, de um outro, de outro ainda..., sem que surja qualquer declínio da tensão.
- É fundamental que os amantes vão mais longe, continuadamente mais e mais longe, entrando impetuosamente com a mente vazia no que é eterno e no infinito, transcendendo o espaço-tempo, gozando de todas as delícias agradabilíssimas de um acto complexo, supremo e excelente, que faz soar em toda a sua magnífica sonoridade o címbalo da bem-aventurança.
Quando a sensibilidade desperta, o pensamento tende a cessar e quando finda surge do Nada a criação explosiva, que faz da Alma-carne de dois corpos um único corpo, uma única Alma. Dessa unidade que imerge no Sem-Nome, nasce um fenómeno místico de mil e uma facetas.


É pois urgente amar, mergulhar no seio amoroso da Paz-Sem-Fim, na beatitude sensorial da ausência do pensamento, transmudando o sexo meramente concupiscente numa oração de sensibilidade, sublime ascensão da Alma-carne aos mais elevados níveis de espiritualidade.



O verdadeiro amor que é paixão sensível e afectuosa começa no cérebro e termina no Espírito.
Amor capaz de acompanhar os amantes na Vida e na Morte.

Amor que se aproxima da mística união com o Sem-Nome.

E quando dessa união nasce um novo ser, realizar-se-á na benção de uma "Trindade Amorosa". Não será apenas mais um humano... 
Mas um Ser abençoado e amado.

Aquele que se pretenda iniciar ou realizar a experiência  que sumariamente exprimimos supra, pode atenuar os transtornos interruptivos da relação, tomando:
15 gotas ou grânulos de GELSEMIUM 30 CH, uma vez por semana.
Duas horas antes do acto, em cada quarto de hora, 3 gotas ou grânulos de GELSEMIUM 6 CH.
Este “tratamento” não tem quaisquer contra-indicações e deve ser espaçado e abandonado logo que a confiança se instale.

4 comentários:

  1. Sou diretor da revista online incomunidade.com
    Gostaria de o contactar para colaborar com a revista, pois o seu blog entusiasmou-me, assim como me entusiasmou ouvi-lo dizer a Balada do Rei de Tule

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  2. Boa noite Amigo

    Na medida das minhas possibilidades estou ao seu dispor, bem como o material que vou editando.

    Um abraço.

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  3. Bom dia!

    O meu nome é Lisete Ferreira e sou mestranda na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto.

    Encontra-se neste momento a decorrer um estudo online intitulado "O Papel da Qualidade da Relação e da Resposta do Parceiro na Dor Sexual Feminina ", integrado no meu Projecto de Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde. Inserido no SexLab (Centro de Investigação em Sexualidade Humana), da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, este é um estudo que se encontra sob a orientação do Prof. Dr. Pedro Nobre e da Prof. Dra. Cátia Oliveira.

    O presente estudo tem como principal objetivo avaliar as dimensões relacional e sexual na vivência da dor sexual feminina, em casais heterossexuais. Para este fim, solicitamos a participação de casais dos 18 aos 75 anos de idade, em que a mulher apresente um quadro de dor sexual.

    Para participar basta seleccionar o respectivo link:

    Mulher com dor sexual:
    http://www.fpce.up.pt/limesurvey/index.php?sid=57397&lang=pt

    Respetivo companheiro:
    http://www.fpce.up.pt/limesurvey/index.php?sid=88496&lang=pt

    Todos os questionários são completamente anónimos, não sendo pedidos dados que possam identificar as pessoas que a eles respondam.

    Qualquer tipo de informação adicional poderá ser solicitada através do email lisete.ferreira15@gmail.com.

    Agradecemos desde já a sua participação.

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  4. Ex.ma Dra.

    Em primeiros lugar os meus melhores cumprimentos.

    Fica a sua mensagem e apelo.

    Espero que os leitores deste blogue colaborem no vosso estudo.

    Aconselho-a (caso assim o entenda) a copiar esta mensagem para cada um dos artigos - conseguirá deste modo atingir um maior número de potenciais "entrevistados", nomeadamente do Brasil.

    Felicidades para o seu trabalho - manifesto desde já a minha disponibilidade para o divulgar no meu site pessoal ou no blogue pessoal (os mais visitados).

    Zé Maria Alves

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